25 novembro 2013

Incrementando os equipamentos na produção de cerveja caseira

Olá pessoal,
Até hoje sempre fizemos nossos 20 litrinhos em nossas panelas originais. Tudo manual, recirculação, lavagem, passar da panela de mostura para fervura usando balde auxiliar, resfriamento com chiller de imersão, .... show !
Ontem porém, foi dia de, enfim, colocar em funcionamento as panelas de inox Blichmann de 100L, bomba de circulação (brew pump) e resfriador de contrafluxo (counterflow chiller)...que estavam há mais de ano aguardando sua vez... (parece incrivel mas o tempo passa muito rapido).


Resolvemos não ser tão agressivos e definimos fazer 40 litros, para testar a montagem do circuito todo, aprender com os erros, ajustar, aprimorar....
Assisti um video sobre a montagem e uso do resfriador de contrafluxo, para tirar a dúvida de onde entrava o quê naquela "mola"..(rssss...). Já sabiamos que era por dentro cerveja e por fora a água, mas qual das entradas era o que ? Se ajudar alguém segue o desenho feito por mim:

Para os demais itens, como sempre tem sido em nossa saga cervejeira (e com certeza na de muitos confraternos), novamente aplicamos a técnica do "aprender fazendo"....
Não conseguimos tempo livre para fazer ensaios previos, e com isso fomos encarando o que ia acontecendo durante o processo.
Por exemplo: montamos a panela de cozimento mais baixa para facilitar a movimentação do malte sem ter que subir em banquinho ou cadeira.... mas o resultado foi um pouco complicado pois as nossas "canelas" e pés... ficaram em brasa (rssss....), foi facil movimentar o mosto, mas como escolhemos fazer 40 litros, o mosto ficou abaixo da altura do termometro da panela, ou seja, tivemos que usar o termometro manual e ai foi "osso" ficar quase que entrando dentro da panela para medir a temperatura no mosto lá embaixo.... Acho que a missão agora será adicionar pás motorizadas para movimentar os grãos e fazer brassagens de no minimo 60 litros, ou adicionar um termometro digital que vá até quase o fundo da panela e prender na lateral acima.
Quanto à bomba, essa foi um espetáculo (ela está na imagem acima, entre a panela mais alta e o resfriador, embaixo de uma caixa de papelão que improvisamos como "carcaça de proteção").
Se comportou muito bem. Silenciosa e muito rapida.
Mas por falar, nisso em certos momentos, foi rapida até demais. Era muito forte para o sparge; mas ajudou a acelerar um pouco. Iniciamos com ela, e depois fomos para a boa e velha jarra de plastico transparente para visualizarmos a limpeza e claridade do mosto.
A lavagem dos grãos ela estava puxando o conteúdo da panela de brassagem para a panela de fervura, e novamente ela puxava muito mais do que conseguiamos colocar a agua por sobre a cama de grãos. Então foi o tal do ....puxa um pouco, desliga....põe agua....puxa mais um pouco...desliga....
Mas, funcionou perfeitamente e puxou todo o mosto até a ultima gota...sem precisar do "vira-vira" panela..
A fervura foi tranquila, porém o termometro da panela está danificado, talvez por ação do tempo que ficou parado. Precisarei levar em alguma casa de aferição/calibragem para consertarem.
Mas porque se preocupar com a temperatura se ia ferver ?
É que ao término da fervura conectamos a saida da panela na bomba, a bomba no resfriador de contrafluxo e recirculamos de volta para a panela e ai o termometro foi necessario para acompanhar a temperatura baixando até o desejado e tivemos que usar o termometro de mão.
No contrafluxo do resfriador, a agua passou pelo antigo chiller mergulhado em gelo.
O resfriamento foi otimizado e em um tempo muito bom para 40 litros.
E novamente a bomba ajudou a enxer os baldes fermentadores.
Mas aqui tomamos uma rasteira da bomba, pois quando terminamos de esfriar, desligamos a bomba e tiramos a mangueira da torneira da panela para enxer o primeiro balde direto da panela para o balde, mas esquecemos que a mangueira da recirculação ainda estava dentro da panela o que criou um efeito vacuo com a bomba e o chiller e continuou drenando silenciosamente mosto da panela, pois de inicio achamos que era somente o resquicio que estava nas mangueiras e chiller.....mas enquanto o primeiro balde enxia, o "resquicio" não terminava nunca.... até cair a ficha de que a bomba não é uma chave e sim uma passagem direta...e tinha feito um vacuo e "vasos comunicadores" (como disse o Brudzinski) .....e.... perdemos alguns litrinhos...E ainda ficamos olhando e dizendo "nossa ! não é possivel ter isso tudo de percurso dentro das mangueiras e chiller...". (hehehehe....só rindo mesmo !)
Como disse lá em cima...vivendo e aprendendo...erá só levantar a mangueira da recirculação para fora do mosto.
Outro problema foi ter apenas 1 bomba, e com isso, para poder usa-la em varios momento, foi preciso, conectar e desconectar as mangueiras. Isso será parcialmente resolvido com conectores "quick-(dis)connect"; já adiquiridos mas ainda "em transito". Porém o melhor mesmo será montar chaves abre e fecha para controlar e desviar o fluxo.
Como próximo passo, precisamos aprimorar colocando um gotejador/chuveiro para o sparge e talvez uma outra bomba para a lavagem acontecer em sincronismo com a bomba extratora. Se bem que vou analisar se consigo controlar a potencia da bomba para ela puxar com menor velocidade quando necessário.
Espero que este relato, de alguma forma possa ser útil, ou para fomentar o aprimoramento dos equipamentos ou para dar algumas dicas. E por falar nisso, se alguém tiver alguma dica para os nossos percauços citado acima, ficaremos muito gratos.
A cerveja brassada foi uma Witbier (tradução: cerveja branca. Wit = branco). Uma cerveja que tem suas origens ligadas à Belgica. É uma Ale feita com trigo e temperada com sementes de coentro e casca de laranja curaçau. A laranja curaçau não é comum aqui na nossa região. Ela é tipica da Ilha de Curaçau e inclusive os licores que levam este nome são feitos com a tal laranja. Mas como não tinhamos a laranja curaçau então trocamos por casca de grapefruit (para aproximar um pouco o amargor) + limão siciliano (para dar um toque citrico e refrescancia especial). As sementes de coentro não foram moidas, ao inves disso, foram "trituradas" em uma caneca com um socador e juntas com as cascas da laranja e limão deixaram um aroma divino no ar. (combinação perfeita).
Inclusive na caneca usada para triturar as sementes de coentro, na sequencia eu bebi algumas rodadas de cerveja e o aroma e sabor do coentro ficaram presentes durante várias rodadas ... uma delicia.... acho que vou fazer isso mais vezes...
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Abraços
Edwar (Ed - Conscerva)